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A comparação na escrita

Por Luana Jardim, para a coluna Canteiro de Reflexões - 24/08/2021


Olá, pessoas floridas! Espero que estejam bem! Na reflexão de hoje, eu resolvi externar uma preocupação muito comum no meio literário: o sentimento de inferioridade como consequência da comparação entre autores. Independentemente se a escrita é um hobby ou uma profissão, as pessoas que a utilizam com certa frequência e acabam, cedo ou tarde, passando pelo famigerado “bloqueio criativo”. E isso pode ocorrer por diversos motivos, inclusive pela inevitável e temida comparação. Eu, como escritora, confesso que é um sentimento que me assola com persistência, mesmo que eu tenha consciência de que tais pensamentos não deveriam existir, afinal, cada pessoa é única e, consequentemente, a escrita dela também. Mas tudo na teoria parece mais aplicável do que na prática, não é? A vida real não possui manual de instruções. Porém, isso não quer dizer que devemos desistir de buscarmos um meio de nos sentirmos bem com aquilo que fazemos. Independentemente das outras pessoas, a nossa escolha deve ser guiada pelo amor e pela motivação que nos levou àquele caminho. Ter outros no mesmo barco não significa que a sua função ao remar seja inferior. Afinal, o mar é construído por incontáveis gotas, cada uma tão essencial quanto a outra. Esse pensamento de coletividade também é um paradoxo, já que, por meio das redes sociais, a competitividade só aumenta. É certo que a evolução tecnológica nos ajudou (e continua nos ajudando) de diversas formas, entretanto não há como excluir o fator “tóxico” e agravante dessa equação, uma vez que uma plataforma de interação e divulgação é criada na internet para conectar as pessoas, mas, ao mesmo tempo, acaba tornando-as tão distantes e deprimidas. No mundo literário exposto nas redes sociais é possível notarmos o quanto um mesmo grupo de pessoas, em vez de se ajudarem, podem facilmente ser rivais. Claro que não estamos falando de forma unânime como se todos, sem exceções, praticassem a individualidade, porém sabemos que há, sim, uma fatia significativa do “lado ruim” nesse gráfico. Ao mesmo tempo que podemos escolher não sermos afetados por essa parcela cruel das redes sociais, também podemos nos perceber sem chances de desviarmos das publicações que nos atingem. Tudo parece acontecer em um piscar de olhos, literalmente. ​ Ninguém gosta do sentimento de comparação, da sensação de inferioridade, portanto, quando nos damos conta de que estamos em um bloqueio criativo, o sentimento de culpa começa a agravar o tal círculo vicioso dos pensamentos de desistência. Julgamo-nos incapazes, ponderamos sobre o que estamos fazendo com nossas vidas e se, de fato, estamos na direção certa. Em geral, as respostas para essas perguntas são: não. Mas, ei, eu estou escrevendo esse texto incluindo-me nele, falando no plural, no nós, porque acredito na força do coletivo e no quanto o dia de alguém pode mudar ao apenas escutar ou ler uma palavra de conforto, ao perceber que há alguém que entende aquela dor, aquele dilema, e que não estamos sozinhos nessa jornada em busca dos sonhos... Estou aqui para escrever para você que comparar-se não vai levar você a lugar nenhum e que há muita capacidade de evoluir e de alcançar objetivos em você.

Escrevo como amiga, como alguém que não deseja ser objeto de comparação, nem motivo de insegurança para ninguém. Escrevo como alguém que deseja inspirar e impulsionar sonhadores ao infinito. E por quê? Porque essa empatia salva vidas e transforma realidades. A sua escrita não precisa ser igual a da moça blogueira que você viu na timeline, e nem deve. A sua escrita deve ser você, com a sua personalidade, com a sua vontade e as suas experiências. Tenha em mente que não foi você que encontrou o universo das palavras, foi ele que chegou até você e lhe fez o convite gentil para fazer morada nele. Pratique não se comparar. Torne um hábito a valorização das suas ideias. Eu acredito em você e esse é um ótimo passo para você começar a acreditar em si.

Obrigada por ler até aqui! Vamos juntos lutar contra a comparação desmotivadora e transformar o outro em inspiração, em impulso para melhorarmos.

Beijos de flores, Luana Jardim


 

Formada em Letras - Língua Estrangeira, Luana Jardim é amante da escrita desde a infância. É autora do livro Pétalas Soltas (Frutificando, 2021) e tem vários outros títulos em andamento. Uma maranhense cheia de saudades da sua terrinha, já que vive atualmente em São Paulo. Foi criada apenas por sua mãe que, com a ajuda de seus avós maternos, conseguiu ensinar-lhe os principais valores da família Jardim, da qual transformou a essência em inspiração, regando e florescendo como a “menina do jardim”, como identifica-se nas redes sociais e no mundo das palavras. Luana sente que está indo no caminho da realização de seus sonhos, por isso, tem muito orgulho de poder definir-se como escritora, revisora e tradutora.


 

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