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Mana: a energia vital que compõe todas as coisas.

Por Nicole Gonçalves, para a coluna Mana em Letras - 22/09/2021




Energia que se expande, como as palavras. Que ultrapassa o tempo-espaço, que flui e transcende através de tudo que existe. Acho firmemente que as palavras têm um funcionamento mais que semelhante a esse. Como quando três palavras aqui ecoam em um coração a quilômetros de distância de onde essas letras nasceram. Essa capacidade de ser quase que infinito, de entrar no peito do outro sem chave e abraçar uma alma desconhecida graças às sílabas que nos unem. Há uma linha universal que atravessa cada ser humano, que conecta mesmo que momentaneamente nossas almas. Essa linha é a sensibilidade, e é preciso ter muita coragem para deixar essa linha aberta para ser tocada. Linha essa que independe de época, proximidade física ou emocional. Shakespeare viveu há mais de 400 anos, e suas palavras permanecem vivas e tocando corações que batem no ritmo veloz da juventude e do primeiro amor. A literatura é eternidade. Inspirações que inspiram novas nascentes intermináveis de palavras que desencadeiam mais inspirações. Palavras espelham novas palavras. Vidas que mudam vidas. É um ciclo interminável que vai permanecer até o dia em que a arte parar de correr por entre nossas almas. Não creio que seja possível haver um fim, mas se houver, os contemporâneos saberão que houve um tempo em que viver era arte e a vida era lírica. Não sei da capacidade humana de viver sem arte. São essas coisas abstratas, subentendidas que unem nossos sentimentos à nossa razão, que preenchem a existência possibilitando-a de ser algo mais que sobreviver o máximo que pudermos tornando-nos, como ironiza Guiomar de Grammont, perigosamente humanos. Se ler fosse proibido, se a arte fosse censurada, a humanidade perderia a sua incrível capacidade de fornecer esperança aos céticos e desacreditados, de se reinventar, de alegrar as vidas e os corações das pessoas. Há muita beleza em ter coragem e correr o risco de abraçar com força a humanidade que nos rege. É preciso ter muita força para entender a candura do existir.

 

Nicole tem 19 anos, nasceu no Ceará, mas passou boa parte da minha vida nas terras candangas de Brasília. Cursa Relações internacionais e é apaixonada por tudo que envolve poesia, arte e seus inúmeros processos e vertentes. Entrou no mundo dos versos por necessidade de externar seus excessos, sem pretensão de algo a mais e acabou achando um segundo lar, e conhecendo pessoas que mudariam sua vida para sempre. Hoje, não sabe o que seria de sua vida se não fossem as palavras. Prefere não saber.

 

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2 comentarios

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Janaína Lourenço
Janaína Lourenço
22 sept 2021

Eu amo a forma como as palavras passeiam em você, Nic. Como elas te têm como casa, como porto seguro. A intimidade entre vocês chega a ser obscena. Lindo demais esse texto. Gratidão. 💚

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Nicole Gonçalves
Nicole Gonçalves
27 sept 2021
Contestando a

Ahhhh, Janinha! Você como sempre o puro amor. Eu que agradeço e nem sei como te agradecer suficientemente por tudo e por tanto. Você é luz! Te amo demais!💗

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